Leyde e Laura Leyde e Laura - Bagunça No Coreto

Não sei se o nosso país
Anda certo ou anda errado
O assunto é do governo
Mas cantando eu me entrometo
Hoje em dia, minha gente
Pra vencer na cantoria
Pode ser desafinado
E nem saber fazer dueto
Se o nosso Castro Alves
Voltasse aqui na Terra
Perdia pro Tiririca
Na poesia e no soneto
Nesse tal milênio novo
Deu bagunça no coreto

E quem já teve na vida
Uma frota de jamanta
De agora em diante
Na carroça faz carreto
Um poderoso que um dia
Já foi o rei da madeira
Hoje está jogado fora
Não é nem rei do graveto
E quem só anunciava
Seu produto na internet
Agora está anunciando
Em meia dúzia de panfletos
Nesse tal milênio novo
Deu bagunça no coreto

Quem já foi muito aplaudido
Hoje está levando vaia
Certas coisas que eu vejo
Me calar eu não prometo
Um peão de muita fama
Lá dos Estados Unidos
Caiu de boca na areia
No rodeio de Barretos
Meu time não foi campeão
Talvez não rezei direito
Mas agora vou rezar
Pra todos os santos branco e preto
Nesse tal milênio novo
Deu bagunça no coreto

Quem já foi o rei do ouro
Hoje está catando lata
E quem vendia saúde
Está vendendo esqueleto
Está comendo por quilo
E também de marmitex
A grana não está dando
Nem pro cheiro do galeto
E aquele que vivia
Dia e noite no churrasco
Tenho dó desse coitado
Vai morrer lambendo espeto
Nesse tal milênio novo
Deu bagunça no coreto
Nesse tal milênio novo
Deu bagunça no coreto